Lisboa Soa
A água é o elemento em comum nesta edição do Lisboa Soa, um encontro de arte sonora, urbanismo e cultura auditiva, que nos propõe uma escuta atenta aos sons do mundo que nos rodeia. Depois da Tapada das Necessidades e da Estufa Fria, o festival desce aos reservatórios de água da cidade e convida-nos a parar e ouvir os sons que deles saem. Um encontro que junta instalações, workshops, passeios sonoros e residências artísticas e que traz até Lisboa nomes como Lukas Khune ou Tomoko Sauvage.
CONCERTOS
Mãe d’Água das Amoreiras
20 setembro
18h30
SIRIUS (Yaw Tembe e Francisco Trindade), Portugal
Duo formado pelo trompetista Yaw Tembe e pelo percussionista Francisco Trindade (Monsieur Trinité), que apresenta neste concerto o álbum de estreia, Acoustic Main Suite Plus The Inner One, gravado no Panteão Nacional.
19h30
TOMOKO SAUVAGE, Japão
Tomoko Sauvage tem vindo a investigar as propriedades sonoras e visuais da água em diferentes estados, assim como as cerâmicas, combinadas com a eletrónica. Neste concerto, apresenta-nos os sons que resultam da utilização de tigelas chinesas, de tamanhos diferentes, cheias de água e amplificadas por meio de hidrofones (microfones submarinos), criando uma espécie de sintetizador natural que gera timbre de fluidos usando ondas, gotas e bolhas.
21 setembro
18h30
BANHA DA COBRA (Mestre André e Carlos Godinho), Portugal
Um projeto que parte do imaginário sónico de atividades e paisagens artesanais, ritualísticas e tradicionais, onde as composições são feitas como ruínas sonoras, com base numa ecologia entre a sustentabilidade da natureza sonora do que se encontra nos lugares e nos objetos e a sua apropriação e transformação.
19h30
LUÍS BITTENCOURT, Brasil
Memórias Líquidas é um espetáculo de música instrumental que traz novas combinações sonoras ao apresentar a água como instrumento musical. Trata-se de um concerto com obras do repertório contemporâneo para percussão que utilizam a água como objeto de exploração artística, seja de forma simbólica ou real, através da manipulação do líquido como um verdadeiro instrumento musical.
22 setembro
18h30
RICARDO JACINTO, Portugal
Servindo-se de um sistema de amplificação sonora distribuído por diferentes pontos do violoncelo, Ricardo Jacinto explora a possibilidade de fragmentação sónica dos seus gestos e do corpo do instrumento. No decorrer das improvisações, a imersão nas subtis cambiantes tímbricas do violoncelo é articulada com a auscultação do espaço acústico e da paisagem sonora circundante.
19h30
JANA WINDEREN, Noruega
As performances ao vivo de Jana Winderen concentram-se em ambientes sonoros e ecossistemas que são difíceis de serem alcançados pelos humanos, tanto física quanto auditivamente. Trabalhando em diversos locais, Winderen procura sons de fontes ocultas, frequências que normalmente não são possíveis de perceber ou lugares de difícil acesso.
Reservatório da Patriarcal
23 setembro
19h30
HENRIQUE FERNANDES, Portugal
O concerto de encerramento do Lisboa Soa terá lugar no Reservatório da Patriarcal, a partir da instalação sonora Sublumia, de Henrique Fernandes e Jorge Quintela, concebida para este lugar.
MASTERCLASS
Mãe d’Água das Amoreiras
23 setembro
16h30
EDU COMELLES, Espanha
Uma audioconferência comentada na qual Edu Comelles irá desdobrar o seu próprio processo criativo no campo do soundscapism e gravações de campo. A atividade será estruturada seguindo um fluxo de trabalho artístico que envolve microfones como ferramentas criativas, gravações de som site-specific, arquivo de som e performance ao vivo com media digitais. A conferência incluirá a audição e a performance ao vivo de várias peças curtas do autor.
30 Participantes
Inscrição para lisboasoa@gmail.com
INSTALAÇÕES SONORAS
20 a 23 setembro
Mãe d’Água das Amoreiras
10h-20h30
LISTENING STATION
LUKAS KUHNE, Alemanha
Uma escultura sonora com módulos de tamanhos diferentes que servirão como auxiliares de audição direcionais, filtros de frequência e dispositivos para amplificar vozes. As peças serão usadas para passeios sonoros especialmente guiados através do território no subsolo, incluindo os túneis de ligação entre os reservatórios, o nível do solo com o jardim e o terraço da Mãe d’Água, gerando uma compreensão diversificada da perceção audível e espacial.
CHINAMPA (let the water lose its still form)
DIANA POLICARPO, Portugal
Flutuando num oceano insondável de frequências.
Um Jardim Flutuante em suspensão livre no topo da Mãe d’Água, mas também abaixo da superfície e do que aí se revela.
Casa do Registo
10h-20h30
SÍNIA / NORIA /AZENHA
EDU COMELLES, Espanha
Sínia, ou nora em português, é o nome dado a uma máquina semelhante a uma roda usada para elevar a água num pequeno aqueduto ou para fins de irrigação. Consiste numa roda de ferro vertical com uma corrente de baldes presa a ela. Esta instalação insere o som enferrujado deste motor hidráulico rural abandonado na Casa de Registo. A ideia é trazer para o hall a paisagem sonora resultante de uma tecnologia há muito desaparecida e que perdeu o seu uso: tirar água de um poço. Todos os sons foram gravados em várias sessões desde 2012, ao longo dos anos, mas o som da nora está sempre a mudar e a evoluir, dependendo da humidade, do clima e das estações anuais. O resultado é uma composição sonora generativa e em constante mudança que ressoa na Casa de Registo como uma ladainha ou um requiem.
Reservatório Patriarcal
10h - 20h30
dia 21 de setembro, excecionalmente, o espaço encerra às 18h
SUBLUMIA
HENRIQUE FERNANDES e JORGE QUINTELA , Portugal
Sublumia compõe-se por um conjunto de objetos sonoros/dispositivos visuais, distribuídos pelo espaço do Reservatório da Patriarcal, que se podem caracterizar como facilitadores de uma relação simbiótica entre o emissor/objeto e o recetor/espaço. Os objetos que integram esta instalação utilizam a captação sonora e projeção de luz de e sobre diversos líquidos e elementos eletromecânicos, como pequenos motores, bombas de ar e dispositivos de indução sonora.
MYCONNECT
SAšA SPAčAL, Eslovénia
Myconnect é um conector interespécies simbiótico que, com o seu circuito de sinais e impulsos, realiza uma experiência imersiva de interdependência entre o micélio fúngico e o corpo humano. Ao entrar na cápsula, a pessoa está equipada com um sensor de batimento cardíaco, headphones e motores vibratórios que são colocados em várias partes do corpo.
PASSEIOS SONOROS
21 setembro
11h30, 14h30
22 setembro
11h30
23 setembro
14h30
Ponto de encontro: Mãe d’Água das Amoreiras
SONIC WALKS
LUKAS KUHNE
O som mede o espaço, a distância e o tempo. Quatro passeios sonoros exploram as paisagens sonoras em quatro níveis e meta níveis com os fenómenos espaciais dos antigos reservatórios de água de Lisboa.
Limite de participantes: 20
Inscrição para lisboasoa@gmail.com
WORKSHOPS
22 setembro
14h
Jardim da Mãe d’Água das Amoreiras
CONSTRUÇÃO DE UM KIT DE MICROFONE
EDU COMELLES, Espanha
Este workshop oferece a possibilidade de entrar no mundo da microfonia DIY através da construção de dois tipos de microfones: um de contacto (ideal para amplificar instrumentos de corda ou percussão ou captar ressonâncias de contacto com diferentes materiais) e um microfone estéreo, binaural (ideal para capturar ambiente, instrumentos e gravações de campo, concertos, palestras ou entrevistas).
Duração: 4 horas
Destinado a: artistas, músicos, fotógrafos, profissionais de audiovisual, criativos, designers, outros – até 15 participantes
Não é necessário nenhum conhecimento prévio
Inscrição para lisboasoa@gmail.com
22 setembro
14h - 18h
Reservatório da Patriarcal
HENRIQUE FERNANDES, Portugal
O Atlas de Instrumentos Utópicos é um conjunto de instrumentos, fontes sonoras e dispositivos electroacústicos que têm como ponto comum a mediação entre as novas possibilidades de composição electroacústica e a performance musical. A oficina propõe uma performance sonora/colaborativa, idealizada unicamente para ser interpretada neste espaço, que irá acontecer no final do workshop. Os participantes, para além da interpretação da peça sonora em si, terão oportunidade de construir os próprios instrumentos/objetos sonoros utilizados durante a performance.
Duração: 4 horas
Destinado a Artistas, Músicos, Curiosos, Entusiastas, Melómanos, Pequenos e Graúdos ou simplesmente apaixonados pelo que o som nos diz ou traduz.
M/7
inscrição para lisboasoa@gmail.com
23 setembro
11h30
Mãe d’Água das Amoreiras e Galeria do Loreto
PARE. ESCUTE... OUÇA!
MAFALDA ROMA, Portugal
Lisboa vai revelar-nos alguns dos seus segredos nesta viagem sonora por alguns dos recantos mais escondidos e subterrâneos. Vamos ser exploradores, desbravando o espaço acústico que nos rodeia, à superfície e nas profundezas da cidade!
Neste ateliê pretende-se sensibilizar para a escuta ativa do mundo à nossa volta, com a ajuda de algumas técnicas e equipamentos que permitem ouvirmos algumas coisas que Lisboa não costuma revelar.
Lisboa Soa e nós estamos aqui para a escutar!
Duração: 1h30
Destinado a crianças dos 8 aos 12 anos – até 12 participantes
inscrição para lisboasoa@gmail.com