Lisboa Mistura
O Lisboa Mistura tem-se afirmado como um ponto de ligação entre culturas, tendo como pano de fundo uma Lisboa em crescimento. A Ribeira das Naus, à beira do Tejo, é o local natural para esta festa que junta música e cultura, com uma forte dimensão urbana, social e política. Este ano de regresso às Festas de Lisboa, e logo no fim-de-semana do Dia de Portugal, o Lisboa Mistura celebra a interculturalidade em todas as suas vertentes e traz artistas, pensadores, construtores de ideias e de projetos, artistas de renome, nacionais e internacionais. Aos sons mais urbanos, juntam-se os projetos da periferia com a OPA – Oficina Portátil de Artes, que aposta na formação e criação artística enquanto veículo para uma cidadania ativa.
7 junho
Pré-Mistura
B.Leza, 22h
Sons da Lusofonia – Passado Presente
Conversa & DJ Set
Com: Núria Rito Pinto, DJ Johnny e Carlos Martins
Portugal estará tanto mais no centro do mundo quanto mais transatlântico for. Falta desenvolver, do ponto de vista da música, uma linhagem de influências, que consiga mostrar que muito daquilo que o Portugal contemporâneo produz tem origem em sons, músicas e formações de outras décadas, com origem nos países africanos de expressão portuguesa e Brasil. Tudo está interligado, passado e presente. Falta sistematizar essa narrativa em música, mostrando que nada acontece por acaso.
8 junho
Ribeira das Naus
Street Food a partir das 16h
Sunset Mistura DJ set com Cigarra, 19h
Cigarra é DJane e produtora. Vem de São Paulo. Os ritmos brasileiros vão agregar-se num set contagioso de baixas, hipnóticas e sedutoras frequências.
Nice Groove, 21h e 22h30
Nice Groove – Batucada Lusófona é um projeto sociocultural com o objetivo de integrar pessoas das mais variadas culturas, através da via artística, envolvendo o público e mostrando que a música pode ser tocada por todos.
Da Cruz, 21h30
Esqueça o Samba. Esqueça truques fantásticos do futebol brasileiro. Aqui não entram clichés. O novo álbum de Da Cruz, Eco do Futuro, combina kwaito, baile funk, afrobeat, dub e hip hop e remete para um Brasil moderno e urbano, com revolução e resignação. As canções de Da Cruz falam de raiva, alegria, esperança e desespero. Falam do Brasil dos dias de hoje, do fosso entre elites e povo, da revolta contra a injustiça económica e falam, também, de amor. Tem chamado a atenção de publicações como The Independent ou a Rolling Stone e de estações de rádio como a BBC 6 Music ou a Radio France International. Mariana Da Cruz nasceu e cresceu em São Paulo. Vive na Suíça há 10 anos.
Metá Metá, 23h
Thiago França (saxofone), Kiko Dinucci (guitarra e voz) e Juçara Marçal (voz) são Metá Metá, banda brasileira, considerada uma das referências na nova música que nos chega do outro lado do Atlântico. A banda lançou o seu primeiro álbum, Metá Metá em 2011 e o seu segundo, MetaL MetaL em 2012. Depois de digressões nacionais e internacionais, os Metá Metá, voltam a juntar-se para gravar o MM3, terceiro álbum da banda, que saiu em 2016, um disco muito marcado pelo contexto sociopolítico que se tem vivido no Brasil neste últimos anos.
9 junho
Ensaio aberto: OPA - Oficina Portátil de Artes 2018
Biblioteca de Marvila, 15h
Este ano a OPA - Oficina Portátil de Artes está ancorada na Biblioteca de Marvila. Em forma de celebração, o ensaio geral será aberto ao público e à comunidade local, abrindo o apetite para o concerto de dia 10 na Ribeira das Naus.
Ribeira das Naus
Street Food a partir das 16h
Sunset Mistura com DJ Johnny, 18h
O nome não passa despercebido. Afinal, são já 20 anos como DJ desde as festas em clubes mais underground até aos festivais de música. Assistiu “in loco” à evolução da música de dança no cenário português, uma evolução para a qual também contribuiu com os programas de rádio de que foi autor. O universo musical de DJ Johnny passa também por uma aposta no cruzamento das sonoridades jazz, soul, hip hop, semba, afro dancehall reggae com as linguagens mais modernas da música de dança.
Nice Groove, 20h, 21h30 e 23h
They Must Be Crazy, 20h30
Uma nova banda de afrobeat, baseada em Lisboa, composta por músicos portugueses e angolanos. Os sons vão do afrobeat ao afro-funk, com passagem pelo oeste-africano, na inspiração que vão beber a Fela Kuti. O primeiro disco, Mother Nature, foi Álbum da Semana na RDP África e na belga Radio Mukambo.
Batida apresenta: IKOQWE, 22h
Fica o alerta: isto não é conveniente para os envolvidos. É inevitável.
Pedro Coquenão e Luaty Beirão são IKOQWE: cócegas no cérebro, libertação do baixo-ventre, punho cerrado e coração aberto. Ou, para quem prefere traduzir tudo numa equação simples, rapper Ikonoklasta tornado icónico e líder ativista, como Luaty Beirão, junto em palco com Pedro Coquenão, retornado que nunca cá tinha estado, reconhecido artisticamente como Batida.
Orlando Julius & The Heliocentrics, 23h30
Orlando Julius Ekemode, saxofonista, cantor e compositor, é um pioneiro do afrobeat e dos cruzamentos da música africana com a música afroamericana. Está de volta aos palcos internacionais com a banda londrina de acid jazz The Heliocentrics, especializada em trazer ao público contemporâneo grandes lendas da música africana. Com uma carreira iniciada nos anos 60, na Nigéria, e um longo período passado nos EUA, Orlando Julius criou um estilo de música onde se misturam highlife, jazz, R&B, funk e rock psicadélico. Com The Heliocentrics gravou Jaiyede Afro.
10 junho
Ribeira das Naus
Street Food a partir das 14h
Workshop de ritmos com Nice Groove Portugal, 16h
Modo Portátil, 17h
Um projeto de criatividade social que se constrói a partir da diversidade para promover a igualdade de oportunidades. O programa pretende também mapear a cidade sem fronteiras, habitável e criativa.
A ligação a projectos já existentes e a participação de vários agentes a trabalhar nos territórios da AML é uma prática fundamental para o crescimento deste projecto de natureza criativa, comunitária e cívica. O objectivo é implementar programas, como este encontro coral desta edição do Lisboa Mistura, que permitam trabalhar de forma criativae a dimensão social e artística, nas freguesias de Lisboa, de forma inclusiva, garantindo assim a todos, mais acesso à cultura e maior consciência cívica.
Com: AlCante Coro Alentejano e Projecto com Voz
OPA – Oficina Portátil de Artes, 18h30
A OPA soma e segue! Projeto pedagógico e artístico de raiz intercultural, promovido pela Associação Sons da Lusofonia, nos últimos anos a OPA tem trabalhado com centenas de jovens de diversas origens e bairros da Área Metropolitana de Lisboa. Através de workshops dirigidos por Francisco Rebelo, são dadas ferramentas técnicas e artísticas que permitem uma evolução acompanhada e, ao mesmo tempo, um lugar em palcos centrais da cidade. A OPA continua a crescer, a chegar a novos bairros com novos projetos e a apostar em novas fusões. Os jovens artistas desta edição apresentam o seu repertório na última noite do Lisboa Mistura, representando a música que lhes dá raízes e os bairros que lhes dão casa: Amadora, Cova da Moura, Alverca, Baixa da Banheira, Rio de Mouro e Chelas.
Com: Máry M., SXR, CADI, Primo, Rafa G ft Mariv’s, Tchillz No Billz e DJ Kope.
Nice Groove, 20h
Bitori, 20h30
A lenda do funaná. Bitori gravou o primeiro disco em 1997, com 59 anos. Mas a aventura de Victor Tavares começou muito antes, em 1954, quando embarcou para São Tomé e Príncipe na esperança de ganhar dinheiro suficiente para comprar um bom acordeão. Foram dois anos e dois meses de viagem até regressar a Santiago, a sua ilha natal. É uma referência para muitas gerações, arrastando multidões para os espetáculos com a sua técnica, energia e estilo únicos. Bitori apresenta-se em palco com Chando Graciosa, Danilo Tavares, Toy Paris e Miroca Paris.