Lyvro da Ilha de Mactan Música de Natal Ibérica e da Diáspora dos Séculos XV e XVI · Sete Lágrimas
Passados mais de 500 anos da primeira viagem de circum-navegação ao globo (1519-1522), Lyvro de Ilha de Mactan acompanha a viagem de Magalhães e Elcano e os seus sons. Depois da primeira escala nas ilhas Canárias, alcançam a costa da América do Sul no final do ano. Após muitas desventuras, entram nas águas do Mar do Sul, baptizando este oceano como Pacífico por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. A viagem prosseguiu sempre com grande dificuldade. Olhou para o céu e foi o primeiro europeu a identificar duas galáxias satélite anãs irregulares da nossa galáxia, visíveis a olho nu apenas no hemisfério Sul e mais tarde chamadas de “Nuvens de Magalhães”. Magalhães morreu em batalha na Ilha de Mactan, nas Filipinas, em 1521, às mãos de Lapu-Lapu (1491-1542), governador da Ilha... Mas esta seria a outra viagem, como se Magalhães tivesse seguido outros caminhos inspirado noutra ciência ou instinto... como se não tivesse morrido…
Programa
Lyvro primeiro: Jornada da Europa
San Giuseppe e la Madonna, tradicional (Itália/Lombardia)
Senhora del mundo, vilancico anónimo (séc. XVI)
Folia, de Gaspar Sanz (ca.1640-1710)
Pues que veros, de Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre poema anónimo (séc. XVI)
Lyvro segundo: Jornada da América
Xicochi conetzintle, de Gaspar Fernandes (1570-1629)
Magos que a palacio vais, de Gaspar Fernandes (1570-1629)
Variação sobre Seguiriya, tradicional (Andaluzia)
Lyvro terceiro: Jornada da Oceania
Ko le le mai, tradicional (Timor)
Lyvro quarto: Jornada da Ásia
Jizuki-Uta, tradicional (Japão)
O Divan de Mogará, tradicional (Goa/Índia)
Lyvro quinto: Jornada de África
Yamukela, tradicional (África do Sul/Moçambique) sobre arranjo de Arnaldo Taveira Araújo
Salelaka mokonzi, tradicional (Congo)
Lyvro último: Jornada que não chegou...
Mosé salió de Misraim, romance anónimo
Ysabel y mas Maria, de Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre anónimo (séc. XVI)
Tarantella, tradicional (Itália), arranjo Tiago Matias
El noi de la mare, tradicional (Espanha/Catalunha)
El pesebre, de Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre texto de Lope de Vega (1562-1635)
Sete Lágrimas
Filipe Faria e Sérgio Peixoto, direção artística
Inês Lopes, maestrina do Coro
Filipe Faria, voz, percussão
Sérgio Peixoto, voz
Joana Devesa, flauta de bisel
Tiago Matias, vihuela, guitarra barroca, guitarra romântica, tiorba
João Hasselberg, contrabaixo
Juan de la Fuente, percussão
Inês Tavares Lopes, soprano
Mónica Beltrão, soprano
Sofia David, soprano
Bianca Varela, alto
Estrela Martinho, alto
Jorge Leiria, tenor
Simão Pourbaix, tenor
Henrique Coelho, baixo
Miguel Carvalho, baixo
Miguel Jesus, baixo
Sete Lágrimas Fundado em Lisboa, em 1999, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, o projeto dedica-se aos diálogos da música antiga com a contemporaneidade e da música erudita com as tradições seculares e junta músicos de diferentes horizontes musicais. É considerado um dos mais relevantes e inovadores projetos europeus na área da Música Antiga. Em 2024, Filipe Faria e Sérgio Peixoto criaram L3 Leipzig Lisboa Luanda (a partir de Bach) estreado nos Festivais GREC Barcelona e Bachcelona e desdobrado numa série de screendances realizadas por Filipe Faria com o bailarino angolano Fábio Krayze. O projeto é o 16.º título da discografia do consort. Para breve está a edição, em trilogia, da integral do Cancioneiro de Elvas, uma das fontes mais importantes de música profana na Península Ibérica.
Sete Lágrimas conta com o apoio do Ministério da Cultura (Governo de Portugal) e da Direcção-Geral das Artes, desde 2003, e do Município de Idanha-a-Nova - UNESCO Creative City of Music, desde 2012.
Igreja de São João de Deus Inaugurada em 1953, sob projeto do arquiteto António Lino, destaca-se a estrutura em três naves separadas, convergentes para o altar-mor, iluminado por uma torre central. Recolheu parte do espólio da antiga Igreja do Socorro, destruída aquando das demolições do Martim Moniz (várias alfaias de culto e mobiliário, incluindo o arcaz em uso na sacristia). Merece ainda referência, o seu acervo artístico contemporâneo composto pela escultura de Leopoldo de Almeida e de Soares Branco (várias estátuas, incluindo a do Santo Padroeiro e dois arcanjos suspensos na parede principal exterior), pela pintura de Domingos Rebelo (tríptico do altar-mor, com episódios da vida de S. João de Deus) e pela cerâmica de Jorge Barradas (relevo em cerâmica colorida sobre a pia baptismal, representando o baptismo de Cristo).