Máscara Ibérica no Museu da Marioneta
O Festival Internacional da Máscara Ibérica (FIMI) é um projeto de divulgação de cultura popular que, desde 2006, traz a Lisboa grupos de máscaras maioritariamente de terras de Portugal e Espanha.
Os participantes mantêm vivas tradições ancestrais, ligadas ao paganismo, que têm a máscara como elemento comum e que, neste festival, mostram a sua riqueza histórica, cultural e artística.
Este ano, ao invés do tradicional desfile, teremos apresentações ao ar livre, em museus e monumentos da cidade, de grupos de Miranda do Douro, das Astúrias e da Galiza.
Grupos convidados:
28 de agosto
Pauliteiros de Miranda (Portugal)
Este grupo de dança, original das terras de Miranda, é uma das principais atrações do nordeste transmontano. A sua origem não é ainda consensual, mas poderá remontar à Idade do Ferro, inspirada em alguns povos que se preparavam para os combates com este tipo de danças, trocando apenas as espadas pelos paus, para evitar riscos desnecessários. De resto, o espírito guerreiro é intrínseco ao “paulito”, o homem especialista na Dança dos Paus, tradição guerreira local. Constituído por 8 membros, todos do sexo masculino, o grupo dança e toca o folclore típico das terras mirandesas, ao som de instrumentos como a gaita-de-foles, o bombo ou a flauta pastoril.
Entroido de Samede (Galiza)
No “Domingo de Piñata”, Samede celebra o Entroido Grande. Um dos pontos altos desta celebração é a dança “Muiñeira Cruzada”, onde se destacam as “Máscaras” adornadas com fitas, laços coloridos e chapéus enfeitados com penas e que deve juntar, pelo menos, 10 pares. Contam os mais velhos que o Entroido de Samede se celebrava desde há muitos anos, mas que nos anos 60, devido a uma conjugação de fatores, deixou de se festejar. Nos últimos anos, um grupo de Samede iniciou um exaustivo trabalho de investigação e documentação para recuperar este tradicional Entroido.
4 de setembro
As Bonitas de Sande (Galiza)
Estas “Bonitas” são inspiradas no fardamento trazido da guerra das Filipinas pela população local e dos arredores. As peças de roupa eram bonitas e o adjetivo serviu a estas máscaras, de vários tipos, as “abutardas” e “foleiros”, os “tisnados” e as “bonitas”, que se distinguem pelo elegante toucado de penas e a cara tapada por uma máscara de rede com olhos, nariz e boca pintados. Vestem-se com calças e camisa branca, gravata colorida, pano à cintura à laia de saia, dois lenços coloridos cruzados no dorso, sapatos escuros, polainas pretas engalanadas com fitas coloridas e na mão uma pequena vara para manterem a ordem durante a celebração do Entrudo galego.
Entroido de Cobres (Galiza)
Durante os dias em que se celebra o Carnaval, de sábado a terça-feira, a partir das dez da manhã e até ao pôr-do-sol, as “Madamas” e os “Galáns” percorrem as casas das paróquias de Santa Cristina e San Adrián, engalanados com fitas, missangas e relógios. Os sumptuosos chapéus das “Madamas”, que podem chegar a pesar 7 quilos, decorados com joias verdadeiras e dos “Galáns”, ornamentados de flores, são elementos distintivos. Bailando ao som da sua música de gaiteiros, presenteiam o público por onde quer que passem com a sua alegria e a popular Danza de Cobres, levando a festa de porta em porta a todos os vizinhos.