XVI Desfile Internacional da Máscara Ibérica
Portadores dessas manifestações ancestrais que são os “rituais da máscara”, mais de 450 participantes desfilam pelas ruas de Lisboa vindos do centro e norte do país, mas também das Astúrias, Galiza, Castela e Leão, Estremadura e Andaluzia. De Itália, marcam presença as famosas máscaras Venezianas, num dia que conta ainda com a animação dos Pauliteiros e das Gaitas de Foles Asturianas.
O percurso começa e acaba no Terreiro do Paço.
Grupos participantes
CEDEMA
Banda de Gaitas Conceyu Llangréu (Astúrias)
Mascaros de Rozaes (Astúrias)
Mazcaritos d'Uviéu (Astúrias)
Mencionados pela primeira vez no século XVII, foram desaparecendo no século XX e chegaram mesmo a ser proibidos por altura da ditadura franquista. Esta celebração foi recuperada em 2017, após 80 anos sem sair às ruas de Oviedo.
Los Sidros y la Comedia de Valdesoto (Astúrias)
Exímios saltadores que com a ajuda de uma vara giram no ar e fazem soar os seus chocalhos, os Sidros distinguem-se pelos “cucuruchos” na cabeça, complementando o fato com uma cauda de raposa que serve para saudar as moças
Pauliteiros de Miranda do Douro (Miranda do Douro)
O espírito guerreiro é intrínseco ao “paulito”, o homem especialista na Dança dos Paus, tradição guerreira local. Constituído por 8 membros, todos do sexo masculino, o grupo dança e toca o folclore típico das terras mirandesas, ao som de instrumentos como a gaita-de-foles, o bombo ou a flauta pastoril.
Festa dos Moços (Constantim, Miranda do Douro)
Tradição com raízes ancestrais que se insere no quadro das seculares celebrações do solstício de Inverno e que se prolongam durante dias na aldeia de Constantim. Nesta festa em honra de São João Evangelista as principais figuras são o Carocho e a Velha. O Carocho veste um fato de pano grosseiro e largo, traz a cabeça coberta com uma máscara de couro e um grande garfo de madeira na mão (usado para roubar as chouriças e os enchidos nas visitas pelas casas). A Velha ou “Tiê Biêlha” veste saia, blusa de chita estampada, lenço chinês na cabeça, xaile a tiracolo, um rosário de castanhas assadas ao pescoço e um saco ou surrão no ombro esquerdo. Na mão direita traz uma estaca com que recolhe a esmola de chouriça e outras peças que lhe vão dando pelas casas.
Festa do Menino (Vila Chã da Braciosa, Miranda do Douro)
Celebração ritual cujas origens remetem para o tempo do plenilúnio (resquício de carácter pagão), decorrem em honra do Menino Jesus.
As figuras rituais são a Velha, o Dançador e a Bailadeira, que fazem uma ronda de peditório, acompanhadas por tocadores de gaita de foles, caixa e bombo, assim como pelos mordomos.
Festa do Velho e da Galdrapa (S. Pedro da Silva, Mirando do Douro)
Uma das poucas festividades religiosas ainda cumpridas no norte da Europa, protagonizada por um velho, com óculos e crucifixo de cortiça. A Galdrapa, que veste roupa de mulher, vai roubando chouriças pelas casas e bate nas cabeças das pessoas com bexigas de porco.
Los Carnavales de Villanueva de Valrojo (Zamora)
Os rituais deste Carnaval vêm de tempos antigos, fiéis ao conceito original de purificação e fertilidade. Durante o período carnavalesco surgem “diabos e chocalhos” que remetem para a celebração do Solstício de Inverno.
Danzantes de Cobres (Galiza)
Durante os dias de Carnaval, as “Madamas” e os “Galáns” percorrem as casas engalanados com fitas, missangas e relógios. Os sumptuosos chapéus das Madamas são decorados com joias verdadeiras e os Galáns ornamentados com flores.
Máscaros de Vila Boa (Vinhais)
A saída destes Máscaros para as ruas da aldeia acontece agora no período do Carnaval. Com máscaras moldadas a canivete em madeira de castanheira (pintada de vermelho e preto) ou em folha-de-flandres, envergam calças e casaco de lã ou linho e ostentam chocalhos para afastar malefícios.
Entrudo das Aldeias de Xisto (Góis)
Nesta festa, as mulheres disfarçam-se de homens (e vice-versa) e cada qual recorre àquilo que encontrar mais à mão. O importante é que ninguém corra o risco de ser reconhecido para poder pregar partidas impunemente.
Cardadores de Vale de Ílhavo (Ílhavo)
A sua designação tem origem no cardar de lã, com a diferença que estes “cardam” pessoas, sobretudo raparigas, em vez de ovelhas. A roupa interior feminina serve de vestimenta a este grupo de homens, que, além das máscaras, usam também um perfume misterioso.
Caretos da Lagoa (Mira)
É notória a semelhança com os nórdicos que se terão fixado, a partir do século IX, na região da Gândara. Os caretos servem-se da máscara para adquirirem poderes sobrenaturais e combaterem as forças negativas que ameaçam a fertilidade, prosperidade e bem-estar da comunidade.
Las Carantoñas de San Sebastián (Acehúche, Cáceres)
As feras representam o martírio com que São Sebastião se deparou quando os pagãos romanos descobriram a sua fé cristã, os mesmo que, ironicamente, mais tarde o viriam a adorar. Este ritual celebra-se em janeiro onde as ruas de Acehúche se enchem de Carantoñas envergando peles de animais, na sua maioria de cabra e ovelha com pedaços de raposa ou burro, pendentes da cintura e da cabeça.
Jarramplas (Piornal, Cáceres)
As Jarramplas trocam o arremesso do tomate, famoso noutras partes do país, pelo do nabo e foram elevadas a Festas de Interesse Nacional em Espanha. O alvo é um mascarado, que representa um ladrão de gado à mercê da justiça da população.
Entroido de Samede (Galiza)
Um dos pontos altos desta celebração é a dança “Muiñeira Cruzada”, onde se destacam as “Máscaras” adornadas com fitas, laços coloridos e chapéus enfeitados com penas e que deve juntar, pelo menos, 10 pares.
Merdeiros de Vigo (Galiza)
O merdeiro é um personagem do Entrudo tradicional de Vigo. Foi criado pelos marinheiros como símbolo do escárnio para com os camponeses. Figura mal-amada, é um ser irreverente que, de quando em vez, golpeia com a sua vara quem por ele passa.
Caretos de Arcas (Macedo de Cavaleiros)
Caretos de Lazarim (Lamego)
De Sábado a Terça-feira, a tradição do Entrudo sai à rua pela mão dos seus protagonistas, os Caretos, numa encenação carregada de simbolismo. Desde os próprios Caretos, passando pela actuação no cortejo etnográfico e culminando na leitura dos seus famosos testamentos satíricos. Semanas antes do evento, os habitantes da vila começam os preparativos para a realização do Entrudo. Nas suas oficinas, os artesãos, desenham na madeira de amieiro fisionomias de traços zoomórficos na expectativa de que a sua máscara seja a mais original.
Jurros y Castrones del Alija del Infantado (Leão)
Bonitas de Sande (Galiza)
Inspiradas no fardamento trazido da guerra das Filipinas pela população local e dos arredores, as “abutardas” e “foleiros”, os “tisnados” e as “bonitas” distinguem-se pelo elegante toucado de penas e a cara tapada por uma máscara de rede com olhos, nariz e boca pintados. Na mão trazem uma pequena vara, com a qual mantêm a ordem durante a celebração do Entrudo galego.
Bugios e Mourisqueiros (Valongo)
Mazquaoste (Veneza, Itália)
Volakas, Grécia
Follateiros (Galiza)
Los Toros y los Guirrios de Velilla de la Reina (Leão)
O “guirrio” orienta o ‘toro’ nesta festa carnavalesca com as duas figuras a assumirem o protagonismo, assustando as raparigas solteiras da aldeia. O Entrudo é uma festa para todos, que se juntam para misto de veneração ao animal e paródia agrícola com a representação
Los Boteiros y Folión de Viana do Bolo (Galiza)
Em cada Domingo de Entrudo realiza-se o desfile de Folions, grupo de máscaras que representam cada paróquia e que se fazem acompanhar por estrondosos bombos de percussão. Entre as diversas máscaras destacam-se os exóticos Boteiros, coroados com uma espécie de cornadura comprida floral evidenciando os antigos rituais.
Caretos de Podence (Macedo de Cavaleiros)
Saem às ruas cobertos por franjas de lã tricolores (amarelo, verde e vermelho) e com máscaras rudimentares vermelhas em folha-de-flandres para “chocalhar” as mulheres com as campanas que trazem à cintura e celebrar os “contra - tos casamenteiros”
Com o apoio da Associação de Turismo de Lisboa