Uma análise crítica sobre o uso da tecnologia e o impacto na vida humana, a fotografia enquanto testemunho do tempo e reflexões sobre a história recente de Portugal e questões como a identidade, a sexualidade ou a igualdade de género, assinalam a temporada 2024 nas Galerias Municipais de Lisboa.
Para o arranque do ano, foi concebida uma programação para os cinco espaços expositivos que constituem as Galerias Municipais, privilegiando o desenvolvimento e a produção de novos projetos de arte contemporânea. Mas também procurando servir o tecido artístico nos seus diversos aspetos e expressões, faixas etárias, géneros e geografias, através do desenvolvimento e da realização de exposições individuais e coletivas, procurando dar a conhecer, divulgar e contribuir para um pensamento crítico sobre a produção artística contemporânea.
Duas novas exposições, Contemporânea Film(e) – 1ª Parte com direção artística de Celina Brás e obras de Alice dos Reis, Andreia Santana, Diogo Evangelista (na Galeria da Avenida da Índia) e a individual de Daniela Ângelo, Babuíno Talismã, com curadoria de Bernardo José de Souza, que se prolonga até março na Galeria da Boavista, inauguraram este mês e outras vão inaugurar brevemente.
Ainda em janeiro, no Pavilhão Branco, a exposição individual de Albano da Silva Pereira, Netsuke, com curadoria de Sara Antónia Matos, diretora das Galerias Municipais, a partir de dia 23, que conjuga e cruza a sua obra em suporte fotográfico e cinematográfico com a sua coleção de objetos e talismãs provenientes da cultura japonesa.
No Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, celebrando os 50 anos do 25 de abril, a exposição Factum, de Eduardo Gageiro, inaugura no próximo dia 26, abrindo ao público no dia 27. Para além de fotografias icónicas do dia 25 de abril de 1974, são mostrados trabalhos ilustrativos do país nas suas várias vicissitudes políticas, sociais e culturais, desde a década de 1950 até 2023, alguns deles inéditos, numa mostra que reúne cerca de 170 fotografias.
Em fevereiro, dia 17, na Galeria Avenida da Índia, inaugura a segunda parte do projeto Contemporânea Film(e): more-than-human — perspectives on technology and futurity, com direção artística de Celina Brás e filmes de AnaMary Bilbao, Igor Jesus e Pedro Barateiro. Um trabalho que procura oferecer algumas reflexões sobre a atualidade e os possíveis futuros.
Também em fevereiro, a Galeria Quadrum, inicia o seu ciclo de exposições de 2024, com uma exposição individual de Alice Geirinhas, Existem pedras nos olhos, com curadoria de Ana Anacleto.
Brevemente, partilharemos mais informação sobre o conjunto de exposições e eventos que decorrerão durante o segundo trimestre do ano. Luisa Cunha, Andreia Santana, Délio Jasse, João Motta Guedes, entre outros, que já estão em preparação. Destaque de relevo desta programação, incide sobre um novo projeto desenvolvido por esta direção, que passa por convidar anualmente um artista de mérito reconhecível a intervir simultaneamente nas cinco Galerias Municipais e no Atelier-Museu Júlio Pomar, criando para os seis espaços “Uma Obra em Seis Partes”. Para este ano de 2024, as Galerias Municipais encomendaram uma obra sonora à artista Luisa Cunha que será mostrada/escutada nas várias galerias durante a última quinzena de abril.
As Galerias Municipais, sob gestão da EGEAC, são constituídas por cinco espaços com diferentes características físicas e localizações na cidade: o Pavilhão Branco (Campo Grande), a Galeria da Boavista (Santos), o Torreão Nascente da Cordoaria Nacional (Belém), a Galeria Quadrum (Alvalade) e a Galeria Avenida da Índia (Belém).