Cinco Formas de Morrer de Amor – Liedfest ’25
Para uma mulher, a defesa dos seus direitos é inevitável. Não é suficiente para construir um objeto artístico, mas serve de inspiração e mote. Quem morre mais de amor ou quem se sacrifica mais por amor na ópera, na literatura e na vida são mulheres. Elas expiam os males do mundo.
A morte mais bela (se é que a morte pode ser bela, todos precisamos de acreditar que sim...), a catarse perfeita é a morte por amor. A morte amorosa suscitou o repertório mais marcante do mundo da ópera desde o seu nascimento até aos nossos dias, bem como repertório de câmara notável. Na ópera morre-se a cantar, outra catarse perfeita – o canto da morte. Este espetáculo traça o percurso de uma mulher que morre continuamente de amor, até à exaustão suprema. O amor fá-la viver de novo, para morrer outra vez. Um eterno retorno. Um eterno sacrifício, onde todos os músicos participam. Quem vence no final? O amor ou a morte? – a violência do amor, a violência das relações, a violência da procura pela felicidade.
O suicídio por amor, da Canção perpétua de Chausson, onde à maneira de Ofélia, a heroína afoga-se no rio, ou a morte de Isolda revisitada pelo compositor António Chagas Rosa. A morte por loucura amorosa com a Virgem louca de Rimbaud, na versão de Luis Soldado, passando pela Katierina Ismailowa da ópera Lady Macbeth de Mtsensk de Shostakovitch que mata e se mata por amor, culminando com Competência para amar dos Clã - traçam este itinerário suicida e libertador, que se apresenta finalmente em Lisboa, no âmbito da 1ª edição do LIEDFEST.
Estreia e co-produção: Teatro Nacional São João 2016
Lígia Roque direção e espaço cénico
Catarina Molder, figurinos e soprano
Sérgio Moreira, desenho de luz
Duração: 60 min
Classificação etária e idade recomendada: M/14