A exposição “Mirages and Deep Time” nas Galerias Municipais – Galeria Avenida da Índia reúne obras inéditas de Mónica de Miranda, cuja prática informada pela pesquisa investiga as convergências entre política, identidade, género, memória e lugar através de geografias de afeto, arqueologias urbanas, narrativas pós-coloniais e estratégias artísticas de subversão.
“Mirages and Deep Time” é uma exposição multimédia, composta por trabalhos fotográficos que exploram várias relações entre feminilidade, natureza e histórias esquecidas por um sistema hegemónico; por esculturas cobertas por terra e plantas, explorando a metáfora da ilha; e pelo filme “A Ilha” que apresenta a história de um lugar utópico, que reside no espaço entre a ficção e a realidade, onde as potencialidades para reescrever histórias e pensar o futuro são reunidas através das personagens e das suas viagens. O nome deste lugar, situado entre ficção e a realidade, e uma reapropriação das histórias locais de uma aldeia portuguesa (São Romão de Sádão) chamada “a ilha dos Pretos” durante os séculos XVII e XVIII.
A narrativa visual de Mónica de Miranda gira também em torno de um motivo central: o espelho. Concreto (através do objeto feito) ou natural (por reflexão na água), os espelhos aparecem repetidamente na representação da ilha. Revelando verdades invisíveis e desejos mais profundos, o espelho na obra de Miranda torna-se um intrincado nó polifónico: tanto dobra como desdobra uma narrativa de várias camadas.
Mirages and Deep Time
Mónica de Miranda, curadoria Azu Nwagbogu
Galerias Municipais de Lisboa – Galeria Avenida da Índia
21 de julho a 25 de setembro
Mónica de Miranda (Porto, 1976)
De origem angolana, vive e trabalha entre Lisboa e Luanda. Artista visual, fotógrafa, cineasta e investigadora, trabalha com questões pós-coloniais de geografia e narrativas históricas e de identidade e lugar, com base em pesquisas e refletindo a convergência de política, género, memória e espaço. O seu trabalho desenvolve-se a partir de meios diversos em vídeo, fotografia e instalação nas suas formas expandidas e nas fronteiras entre ficção e documentário.