Neste Ano Internacional do Vidro, o Museu de Lisboa apresenta a exposição ‘Vitrum. Vidros na história de Lisboa’, em quatro dos seus núcleos: Teatro Romano, Palácio Pimenta, Casa dos Bicos e Santo António. Trata-se de mais de uma centena de objetos em vidro que fazem parte do seu acervo ou que são provenientes de escavações arqueológicas realizadas na cidade.
Estas coleções, habitualmente guardadas em reservas devido à sua fragilidade, representam parte considerável da história de Lisboa. E apesar de muitas vezes serem encontradas num estado muito fragmentado, são uma ponte entre o presente e todos aqueles que utilizaram estas peças em vidro no seu perdido quotidiano, mais ou menos longínquo.
Apesar de ser um material aparentemente frágil, delicado e transparente, o vidro conserva-se no registo arqueológico desde tempos antigos. É sinónimo de passados opulentos, faz parte do quotidiano atual e é, simultaneamente, material de futuro e de tecnologia sustentável. Pelo seu carácter reciclável, é muito comum o reaproveitamento de vidro, o que justifica a sua raridade em contextos arqueológicos, face a outros materiais mais comuns, como a cerâmica.
A Organização das Nações Unidas elegeu 2022 como Ano Internacional do Vidro. Verdadeiro «sopro de vida», porque moldado a partir do sopro humano, o vidro é comum a várias civilizações e acompanha a história da Humanidade, constituindo-se como elemento qualificador da passagem de vários povos, a que se associam memórias e narrativas.
O vidro é obtido através do aquecimento de uma matéria, tornando-a incandescente e, por isso, moldável. Através do sopro humano, a massa ganha existência e adquire a forma pretendida. A interrupção do sopro traduz, afinal, a vontade humana de congelar no tempo a morfologia dada a uma peça que, à partida, não passaria de uma mistura normalmente de areia.
Para ver até dia 19 junho, de terça a domingo, entre as 10h e as 18h
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