Os cinemas e outros lugares de encontro na Avenida Almirante Reis: uma memória emocional de resistência ao Estado Novo
Um passeio pelas salas de espetáculos e outros lugares de encontro no eixo Rua da Palma – Avenida Almirante Reis, que tiveram o seu apogeu durante o período do Estado Novo.
Lugares que foram o epicentro de uma boémia lisboeta que se construía em torno dos cinemas populares e dos cafés e cervejarias. O cinema vivia uma época dourada, com grande procura popular, que aumentou exponencialmente com a chegada do cinema sonoro, em 1926. Começamos por recordar o Cinema Lys, que nasceu da vontade de um “conceituado advogado da capital” que queria construir, num terreno que lhe pertencia, um cinema de reprise. Quase ao mesmo tempo, nascia o cinema Imperial, de uma dimensão epopeica para a época, com 737 lugares divididos entre a plateia, os balcões e os camarotes.
A década de 50 ficaria marcada pela abertura do Cinema Império (1952) e do café com o mesmo nome, três anos depois. O Café ficou conhecido pelos seus espetáculos, que moldaram a memória de uma época. O Cinema foi também palco de inúmeros espetáculos musicais nos anos 1950 e 1960, como foi o caso da primeira edição do Festival da Canção (1958).
Mas nem só de espetáculos se fazia a movida da Avenida Almirante Reis. O antigo Café Herminius foi uma espécie de incubadora do movimento surrealista português, tendo sobre ele Mário Cesariny escrito: “De certa maneira, tudo o que (lá) fazíamos era uma sátira e uma recusa violenta da ditadura. Mas (era) tudo tão estranho que a polícia não alcançava.”
Itinerário digital com transmissão online:
10, 11, 17, 18, 24 e 25 de Abril, sábados e domingos às 17h00
12 e 13 de Abril, segunda e terça, às 17h00
Tertúlias com transmissão online:
10, 17 e 24 de Abril, sábados, às 17h30
10 de Abril: Os cinemas e outros lugares de encontro na Avenida Almirante Reis: Uma memória de resistência criativa ao Estado Novo
Renata Sancho, realizadora
João Macdonald, jornalista e investigador
Paulo Catrica, fotógrafo e investigador do Instituto de História Contemporânea
Moderação, Aquilino Machado
17 de Abril: A paisagem literária erguida na Avenida Almirante reis, sob o reflexo sombrio do Estado Novo
Ana Isabel Queiroz, Professora Auxiliar da NOVA FCSH, Dep. Geografia e Planeamento Regional
Mário de Carvalho, escritor
Moderação, Aquilino Machado
24 de Abril: Os lugares de resistência ao Estado Novo
João Soares, editor
Luís Vaz, escritor e investigador;
Francisco Bairrão Ruivo, investigador do Instituto de História Contemporânea/Museu do Aljube Resistência e Liberdade.
Moderação, Aquilino Machado
VERSÃO ÁUDIO DO ROTEIRO / Descarregue ainda o MAPA DO PERCURSO